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quinta-feira, 26 de abril de 2012


MPEC

TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DO CURRÍCULO

Reflexão sobre a aula do dia 20 de abril.

Textos discutidos: - Quem defende os PCN para o Ensino Médio. ( Alice Casimiro Lopes)

- Cooperação escola- universidade e construção do currículo ( José Gregório Rodriguez e Juan Carlos Garzón).

O panorama da política curricular nacional reflete reformas influenciadas por tendências estrangeiras, as quais incorporam as necessidades do mercado produtivo.

Competitividade, tecnologia, produtividade e neoliberalismo são elementos que definem a política pública e que estão articulados às reformas curriculares, mas que geram críticas por parte de alguns como Michael Apple e Gimeno Sacristan. Ao se propor centralizar o currículo, atendendo às necessidades do mercado, cria-se um campo conflituoso, posto que, centralizar significa universalizar características variadas e específicas existentes em um território tão amplo e heterogêneo, como o Brasil, na tentativa de tornar universal padrões educacionais para corresponderem à similares estrangeiros ( "transplante cultural").

A defesa desta cultura comum mascara e silencia as diferenças.

No entanto, é justamente esta defesa que permite o uso do poder por parte daqueles que a preconizam e a incorporam como único caminho e única verdade.

Surge então uma reação frente a essa ação, na presença de comunidades epistêmicas que atuam legitimadas socialmente, compondo ações políticas e curriculares através de interlocuções dos discursos produzidos.

No entanto, grande parte dessa participação e de críticas feitas pelos epistêmicos ainda não são suficientemente capazes de interferir de forma coesa e contundente na construção do caminho a ser seguido e até mesmo direcionado. A construção de posicionamentos e defesa de convicções e certezas esbarra em posições e conceitos ainda indefinidos e assíncronos nas próprias comunidades. Talvez essa condição, na prática, reflita na percepção de que muitas das críticas não se transformem em forças que influenciem as políticas públicas ou questões relativas ao processo político-pedagógico.

Ainda, neste contexto, a pós -modernidade, que não nega essa relação de poder, levanta os aspectos marginalizados ou ignorados na tentativa de universalizar, tais como gênero, cultura, direitos humanos, etc.

Neste aspecto, aventa-se a possibilidade, através da relação escola-universidade, do surgimento e resolução das contradições inerentes á construção da democracia.

É nesse território que se pode estabelecer a relação escola-universidade como agente capaz de responder aos desafios econômicos, culturais e sociais e trabalhar soluções que incluam, respeitem e permitam a convivência das diferenças ao invés de, comodamente, praticar a exclusão e até mesmo a extinção destas.

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